Wednesday, February 14, 2007



Outro dia vi uma lista de casas de cultura e centros culturais na cidade de São Paulo, é ridículo, como no centro e arredores estão concentradas mais de 90% de todas elas, enquanto que nas periferias, aonde cultura e esporte são sinônimos de sobrevivência, haja visto que a música, o futebol, e outras modalidades são o que realmente fazem separação entre marginais e cidadãos.
O que me revolta mais, é que o dinheiro dos impostos que pago por todos é queimado nestas áreas aonde o meu povo não tem acesso algum, por exemplo, no Ibirapuera há um centro esportivo que tem até mesmo quadra de tênis, campo de futebol gramado, piscina, pista olímpica de atletismo, etc... e só pode ser frequentado por pessoas/ moradores do arredor, ou seja, quem tem condições de frequentar qualquer clube pago com verba adquirida na maior parte dos casos através exploração da população negra e carente por centenas de anos.
Daí querem nos fazer engolir que as oportunidades estão aí para qualquer um e que eles têm determinado acesso devido ao aproveitamento das oportunidades "igualmente" ofertadas...
Se formos falar em esportes por exemplo, uma criança que frequenta o centro olímpico tem alimentação adequada e de qualidade, acompanhamento médico particular e de primeiro mundo, enquanto o filho probre mal tem alimento duas vezes por dia em casa, não tem acesso à saúde, quem não tem condições de comprar um remédio exceto quando tem alguma doença, o que o faz recorrer ao SUS que nunca têm leito, médico e atendimento adequado, etc... Isso sem contar a roupa, tênis adequado ao esporte escolhido, horas de sono noturnas que respeitem as necessidades do corpo, pois muitas vezes pode acordar de madrugada com som de tiros na janela, e muitas vezes tem de trabalhar e estudar, e isso o impossibilita de praticar o esporte durantre a semana.
Isso é só um detalhe...
O pretinho correndo atrás do ônibus pra trabalhar... pendurado na porta pra não cair... contando as moedas pra não esquecer... que amanhã é dia... de pão... de não... de talvez... de nada!

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